Descripción de la Exposición
Reunindo cerca de 70 obras, a mostra revela um olhar sobre as coleções do MAM Rio e uma investigação sobre a idéia de fachada na produção artística. São pinturas, desenhos, gravuras, fotografias e vídeos, realizadas desde os anos 1940 até os dias de hoje, por artistas brasileiros e internacionais como Alfredo Volpi, Katia Maciel, Emeric Marcier e Rochelle Costi, que tratam da potência espacial fronteiriça das fachadas. Não se trata aqui do recorte de uma questão formal específica, mas da reunião de obras de estilos e períodos diferentes com base em um único tema que atravessa toda a história da arte do século 20.
Mesmo em meio à crise, procuramos nos reinventar. Um grupo de trabalho multidisciplinar, envolvendo a produção, educação, design e museologia, foi montado para desenvolver os protocolos de segurança sanitária, incorporando recomendações do Conselho Internacional de Museus – ICOM e também outras medidas desenvolvidas em redes no Rio, tanto para assegurar a volta dos públicos, quanto dos funcionários. Além da implantação de uma rigorosa rotina de sanitização pela equipe de limpeza, disponibilização de álcool em gel ao público e da possibilidade de fazer a reserva online, o MAM Rio realizou uma limpeza completa dos dutos de ar condicionados e troca de filtros.
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Texto curatorial
O MAM Rio abriga em suas coleções cerca de duas centenas de obras que representam ou evocam fachadas. Parte dessa produção está sendo agora apresentada em Campos interpostos – título extraído de obra neoconcreta de Willys de Castro mostrada. Expõe, portanto, não somente trabalhos de artistas comprometidos com o figurativismo marcado pelo modernismo de 1922, como também obras de outros criadores de filiação construtivista ou abstracionista. A tênue articulação espaço-temática entre fachada e plano pictórico na modernidade e na produção contemporânea orientou a escolha das obras desta exposição.
O elemento arquitetônico da fachada nunca constituiu um gênero autônomo da pintura posto que jamais foi pensado como um elemento formal estruturante do quadro, mas como uma modalidade temática da pintura de paisagem urbana. Tecnicamente refere-se às paredes externas de casas e edifícios. No entanto, a partir do século XIV, durante a Renascença, projetos de construção efetivos ou ficcionais passaram a exigir, tanto de arquitetos quanto de pintores, representações perspectivadas de seus projetos. Ao final do século XIX, o espaço ilusionista implantado na Renascença, incapaz de atender às expectativas renovadoras da modernidade, foi substituído pela objetividade do plano pictórico e dos demais suportes, reorientando a pintura para investigação das possibilidades poéticas da arte abstrata. Se tal mudança radical não mais favorecia à figuração, abriu caminho para novas modulações do plano pictórico.
Concebida de modo a permitir ao visitante observar as conexões específicas estabelecidas entre as obras, com base na interposição de 69 trabalhos realizados por 52 artistas brasileiros e estrangeiros dos últimos 70 anos, esta mostra favorece a mistura e a interposição de vertentes variadas, modernas e contemporâneas (figurativas, abstratas, construtivistas ou conceituais) e a coexistência, nem sempre pacífica, de meios artesanais como pintura, desenho e gravura, com mídias tecnológicas distintas (fotografia e vídeo).
Fernando Cocchiarale
Fernanda Lopes
curadores
Exposición. 13 dic de 2024 - 04 may de 2025 / CAAC - Centro Andaluz de Arte Contemporáneo / Sevilla, España
Formación. 01 oct de 2024 - 04 abr de 2025 / PHotoEspaña / Madrid, España