“Brasilina” desenvolve-se a partir do pigmento da brasilina, obtido da madeira da árvore pau-brasil - Paubrasilia echinata proveniente da Mata Atlântica do Brasil e que resulta na cor vermelha e suas variações rosa, configurando uma reflexão sobre representação e performatividade, considerando o passado e o legado colonial entre Portugal e Brasil. Tendo sido o pau-brasil um produto de grande relevância cultural, social e económica no desenvolvimento da moda e de códigos sociais no período colonial entre os séculos XVI e XVIII (por ter sido usado como matéria corante no processo de tingimento de têxteis), é agora explorado com foco na sua potência transformista, performática e ritualística, levando-nos a indagar como a constituição da aparência social, através de paradigmas e tipos vestimentares, é capaz de possibilitar a construção de um personagem ou de uma persona. “Brasilina” procura explorar a ficção que é gerada em torno desse processo de transformação, estabelecendo elos...implícitos com a nossa vivência contemporânea.
Noções de identidade, migração, deslocamento, pertença e apropriação são pensadas através da história da tinturaria da brasilina.
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Flávia Vieira (1983, Braga, Portugal)
Vive e trabalha entre Porto e São Paulo.
Flávia Vieira trabalha com têxtil, cerâmica e fotografia. O seu trabalho desenvolve-se a partir das narrativas culturais, históricas e políticas inerentes aos processos do fazer artesanal, explorando noções de identidade coletiva, de representação e de folclore.
Estudou Artes Plásticas – Pintura na FBAUP, participou do Programa Independente de Estudos de Artes Visuais da MAUMAUS, desenvolveu o seu mestrado em Comunicação e Artes na Univ. NOVA - FCSH e concluiu o seu doutoramento em Poéticas Visuais e Processos de Criação na UNICAMP em São Paulo. Expõe regularmente desde 2010 em Portugal e no Brasil, destacando-se as exposições “FOCUS: Portugal” com curadoria de João Ribas na ArtToronto (2019), “Pandã” no Auroras, São Paulo (2019), “Hopes and Fears” com curadoria de Marta Mestre na KUBIKGallery, Porto (2018) e “Chama Plural” com curadoria de Isabella Lenzi no Consulado Português em São Paulo (2016). Participou nas residências artísticas FAAP - Fundação Armando Álvares Penteado em São Paulo (2014) e na Cittadellarte - Fondazione Michelangelo Pistoletto, em Biella (2008).
Entrada actualizada el el 14 sep de 2021
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