A primeira versão de “Borra y va de nuevo”, criada em 2013, consistia numa pequena superfície espelhada exposta plana, como se fosse uma estante, refletindo na parede o texto do título da obra, que foi escrito na sua superfície com uma caneta corretora. A peça foi uma resposta a um convite curatorial sobre a noção de ruína; Ribadeneira comenta: “Tive interesse em focar a ideia (de ruína) nos nossos países... A obra fazia referência ao estado permanente de ser ruína e construção ao mesmo tempo, de começar sempre do zero... de estado de ruína fazer parte do clima dos países... captar o estado em que vivemos”.
Para o Kubikulo, a artista apresenta uma versão recentemente encomendada da obra concebida sobre a superfície em forma de acordeão do papel Concertina, replicando assim de novo o artifício visto-invisível da ideia original. O traço do lápis tem um ritmo rápido, como se ela estivesse...rabiscando o papel, onde as letras brancas são criadas como um negativo do rabisco. Exposta no contexto de uma mostra de artistas brasileiros em Portugal, a obra poderia ser entendida como um comentário sobre os muitos problemas que o Brasil enfrenta: alguns parecem tão monumentais que a melhor maneira de resolver seria começar do zero. No entanto, a peça também pode ser percebi- da através de lentes anticoloniais, sugerindo que a própria ideia de conquista de territórios deveria ser apagada e que os cursos da história deveriam ser reiniciados e recomeçados. Seja como for, Ribadeneira parece perguntar: se reescrevêssemos a história, onde começaria o processo de apagar?
Entrada actualizada el el 28 sep de 2023
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