O Museu de Arte Moderna de São Paulo inaugura, no dia 15 de junho, uma nova exposição no Projeto Parede, com obras do gravador, ilustrador, pintor e desenhista Maciej Babinski, polonês radicado no Brasil. O corredor que liga a recepção à sala Milú Vilela será tomado por gravuras que foram doadas pelo artista ao acervo permanente do museu.
Um dos grandes nomes de sua geração, Maciej Babinski nasceu em Varsóvia, Polônia, em 1931. Com a Segunda Guerra Mundial foi para a Inglaterra, depois Canadá até fixar-se no Brasil, em 1965. No Rio de Janeiro, se aproximou de diversos artistas, entre eles um dos mestres da gravura: Oswald Goeldi. Além da atuação artística, foi professor na Universidade de Brasília e lecionou na Universidade Federal de Uberlândia, em Minas Gerais. Passou também por São Paulo e atualmente vive em Várzea Grande, no Ceará. Seus diversos deslocamentos e o convívio com manifestações da vanguarda...marcam a sua trajetória.
A individual do Projeto Parede reúne 20 obras de Babinski, produzidas nas décadas de 1950, 1960, 1970, 1980 e anos 2000, permitindo um panorama da trajetória do artista. “O conjunto representa a variedade de estilos e técnicas usadas pelo artista, passando pela xilogravura e com ênfase na gravura em metal. Trata-se de uma seleção representativa e generosa, feita pelo próprio Babinski, de sua fecunda obra”, afirma Cauê Alves, curador-chefe do museu.
O trabalho mais antigo da mostra, produzido em 1955, reflete a fase em que morou no Canadá (1949 a 1953) e flertou com o abstracionismo, fruto de seu contato com o grupo ligado a Paul-Émile Borduas, artista quebequense, líder do movimento de vanguarda Automatiste. Por outro lado, as gravuras dos anos de 1960 são marcadas pelo clima de tensão presente da ditadura militar instaurada no Brasil.
Nos trabalhos das décadas de 1970, 1980, e de 2010, paisagens naturalistas e formas vegetais são perseguidas por Babinsky com traços singulares e autorais. Ao mesmo tempo, figuras humanas - ora mais geometrizadas, ora mais oníricas - aparecem em narrativas que intercalam animalesco, cenários complexos e personagens inusitados. Já nas obras produzidas entre 2009 e 2014, afloram imaginário e fantasias do autor.
“Como as gravuras trazem detalhes, narrativas e vários acontecimentos, os públicos que frequentam o MAM têm agora a possibilidade de investigar cada detalhe das obras com o auxílio de lupas disponibilizadas pelo museu”, comenta o curador.
Entrada actualizada el el 23 jun de 2023
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