Descripción de la Exposición
Um tesouro das artes performativas no interior alentejano
Descentralizar e partilhar a produção artística contemporânea é a principal missão do Atalaia Artes Performativas, a decorrer em Ourique e Aljustrel, entre 29 de junho de 8 de julho.
O festival resulta de um programa de residências de criação em que participaram 13 artistas – a solo, em dupla ou em coletivo –, perfazendo um total de 8 projetos previamente selecionados por um júri especializado e através de concurso internacional. O denominador comum é – para além da qualidade artística, técnica e conceptual – o envolvimento com a região do Baixo Alentejo e com a comunidade local.
Museus imateriais da cultura alentejana em forma de performance-percurso, esculturas mutantes e ambulantes, sacos de pão feitos objetos artísticos sem nunca perderem a função. Arte e vida imiscuem-se assim para questionar o sentido de comunidade, a efemeridade e a ideia de autor na contemporaneidade pelo olhar desses que chegam um pouco de todo o mundo (Itália, República Checa, EUA, Reino Unido, Portugal, Venezuela, Coreia do Sul, México).
Apesar do nome da iniciativa, a programação artística, a cargo de Ana Nobre, não se limita às artes performativas ditas convencionais como a performance, a dança ou o teatro. O AAP dá também palco à interdisciplinaridade e à experimentação promovendo o diálogo entre os diversos meios, incluindo projetos artísticos que cruzam a música, o vídeo e a instalação.
Para Diogo da Cruz, artista emergente português, a “Arte Necessária” é aquela que envolve a comunidade e o território. Nesta performance, a apresentar em Ourique, os clientes da padaria local transportam uma obra de arte – o saco do pão – e tornam-se espectadores. Inspirado por outra razão (a de ouro, a de “Phi”), o coletivo plurinacional StratoFyzika criou uma performance audiovisual altamente sensorial – que será apresentada no Cine Oriental a 1 de julho – e em que os corpos dos bailarinos orbitam uma instalação de luz, tendo como pano de fundo uma paisagem sonora eletrónica e minimalista.
Ao longo de sete dias, as vilas de Ourique e Aljustrel tornam-se um centro das artes contemporâneas, acolhendo vários espetáculos, sessões de cinema, concertos e conversas, todos com entrada livre.
O Atalaia Artes Performativas (AAP) é uma iniciativa cultural que reúne um programa de residências de criação e um festival, cruzando várias áreas da criação artística contemporânea: da dança ao teatro, da música à instalação, da performance ao vídeo. Acontece anualmente no Baixo Alentejo, desde 2013, e assenta numa lógica de rede interconcelhia, tendo realizado atividades nos municípios de Castro Verde, Almodôvar, Aljustrel e Ourique ao longo dos quatro anos de existência.
Nascido da vontade de descentralizar a produção artística dos grandes centros urbanos, o AAP propõe-se também à promoção do diálogo e do pensamento contemporâneo e à formação de públicos na região, pelo que o Serviço Educativo constitui um dos pilares fundamentais do projeto.
O festival tem vindo a crescer de forma significativa ao longo das edições e, em 2016, passaram pelo AAP cerca de 1200 pessoas em mais de duas dezenas de iniciativas. No total, as três primeiras edições do AAP envolveram 3 concelhos e 7 localidades (Ourique, Panóias, Garvão, Grandaços, Castro Verde, Almodôvar, Aljustrel), 28 projetos artísticos e 56 criadores, 50 apresentações públicas, 39 iniciativas paralelas, mais de 50 sessões de serviço educativo, 26 espaços, 17 nacionalidades e mais de 30 parcerias.
Ana Rita Teodoro (PT), Joana von Mayer Trindade (PT), Los Bárbaros (ES), Alegría y Piñero (ES), The House of Unicorns (BR/FR/ZA) ou Yasen Vasilev (BG) foram alguns dos artistas que marcaram presença ao longo destes anos. Cumprindo o desígnio de espaço aberto, exploraram-se as mais variadas expressões artísticas: dança, teatro, performance, música, artes plásticas, multimédia e instalação.
O AAP é promovido pela Atalaia – Associação dos Amigos da Cultura e das Artes, pelos Municípios de Ourique e de Aljustrel e pela Direção Regional de Cultura do Alentejo.
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