Descripción de la Exposición ------------------------------------------------------- ------------------------------------------------------- Ao expor pela primeira vez na América do Sul, o artista britânico Hamish Fulton apresenta um de seus últimos projetos de caminhadas, realizado no deserto de Atacama, no norte do Chile. Este projeto, a convite da Plataforma Atacama, consistiu na realização de sete escaladas do pico Jorquencal, durante catorze dias, no pequeno vilarejo de Machuca. O local, com apenas seis habitantes permanentes, tornou-se o cenário perfeito para que Fulton desenvolvesse seu padrão de caminhadas de repetição, gerando um novo walking project. O trabalho artístico de Hamish Fulton, que vem realizando caminhadas desde o fim dos anos 1970, pode ser entendido como um processo. Fulton não permaneceu alheio às influências de uma época que evidenciava a passagem das atitudes formalistas na arte - representadas no minimalismo - para a ideia de uma desmaterialização desta, que ganhava sentido nas incipientes mostras de arte processual. A arte minimal concentrava-se cada vez menos na 'realização do objeto rumo a seu projeto operacional'. Esse processo, essa experiência do caminhar desenvolvida por Fulton, não é resultado de um exercício aleatório, mas de uma cuidadosa ideia em que o artista coloca em prática várias 'regras', autoimpostas, ligadas à ordem, às formas, às relações numéricas, e uma aguda observação do novo ambiente que enfrenta. Fulton é capaz de tomar decisões ao longo do percurso, mas sempre tendo muito claro o que está para experimentar. Embora tenham pretendido durante muito tempo encaixá-lo dentro de correntes artísticas como a land art (EUA) ou a outdoors sculpture (Reino Unido), o artista ressalta e esclarece que é um walking artist [artista andarilho]. O fato de a arte sair dos ateliês e de tais experiências a céu aberto ganharem tanta importância levou a pressupor que Fulton teria feito parte de algum desses movimentos. Porém, ele se diz distante disso tudo. Seu motor é o caminhar, e a experiência das caminhadas é sua forma de fazer arte; o que o move é a experiência vívida da arte. Nela, o encontro com a paisagem decorre de uma prática amável, onde o artista não pretende deixar marcas nem abarcar tudo freneticamente, como faria um turista num local desconhecido. O interesse de Fulton passa por observar atentamente as condições do entorno e agregar-se àquelas que a natureza oferece em cada nova experiência. Diferentemente dos artistas da land art, como Robert Smithson, que tomam do território a matériaprima para criar suas obras, ou daqueles pertencentes à corrente da outdoors sculpture, que produzem grandes esculturas que ficam inseridas na paisagem, Fulton, muito pelo contrário, põe ênfase na manutenção do princípio ético da wilderness: 'não deixar rastros'. Nesse sentido, e conhecendo as experiências que ele tem desenvolvido em toda sua produção artística, a melhor definição dessa prática é, sem dúvida, a de walking artist; porém, ao pretender classificar sua obra, poderíamos gerar um vínculo melhor com aquilo que Miwon Kwon define como site-oriented practices. Desde 1972, Fulton realizou sete caminhadas em solo latino-americano, e expôs aí uma única vez, na Cidade do México. Das experiências anteriores na América do Sul, destacam-se uma viagem ao Peru e à Bolívia, passando pelo Chile, com Richard Long, quando visitou as Linhas de Nazca e escalou até os 2 mil pés o pico de Illampu - na Bolívia (1972); uma caminhada na Bolívia, com Richard Long (1981); uma tentativa de escalar o monte Aconcágua, pelo lado argentino - não conseguiu chegar ao cume por causa das intempéries e parou a cerca de mil metros (1998); uma nova escalada do Aconcágua pelo lado argentino - então, sim, teve sucesso e chegou ao cume (2003); e a experiência mais recente: uma caminhada pelo deserto de Atacama, com uma escalada do vulcão Licancabur pelo lado boliviano (2012), a convite da Plataforma Atacama. Na experiência recente no Chile, instalado em Machuca, com escaladas do pico Jorquencal em dias alternados, intercaladas com dias nos quais saía do quarto em que estava hospedado para andar de porta em porta, fazendo com que esses dias também se tornassem dias de caminhadas, Fulton foi conhecendo o cotidiano do novo local e seus habitantes; e, com o correr dos dias, foi gerando padrões de condutas repetitivas - o que envolveu tanto os moradores do lugarejo quanto questões geográficas relacionadas com o movimento do sol e com a maneira como este também vai denotando suas mudanças na reiteração dos dias. A mostra ATACAMA 1234567, que ora se apresenta na Galeria Nara Roesler, envolve uma mistura de trabalhos que abarca as já citadas experiências das caminhadas pela América Latina e o resto do mundo, junto com a experiência recente no deserto de Atacama. Mediante textos de parede, fotografias, Fulton dá conta de um processo que narra sua experiência vital como artista e reúne textos, anotações e observações da paisagem que encontra durante as caminhadas. Mas essa experiência fica guardada com o artista; no entanto, na exposição, o espectador é convidado a imaginar e completar tais experiências através de formas, textos e imagens que transformam a paisagem em visualidade.
Roesler Hotel # 22. Primera exposición del artista británico Hamish Fulton en América del Sur.
Exposición. 17 nov de 2024 - 18 ene de 2025 / The Ryder - Madrid / Madrid, España
Formación. 23 nov de 2024 - 29 nov de 2024 / Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (MNCARS) / Madrid, España