Descripción de la Exposición
A Kunsthalle Lissabon e a Galeria Municipal do Porto apresentam Astray, um projeto de Caroline Mesquita, concebido em dois momentos expositivos distintos e que apresentará pela primeira vez o trabalho da artista francesa em Portugal. Apresentado de forma colaborativa pelas duas instituições, o projeto empresta do género literário da ficção cientifica a sua estrutura narrativa. Desenvolvido na Kunsthalle Lissabon, Astray (Prologue) inaugura a 12 de dezembro, às 18.30h, estando patente ao público de 13 de dezembro a 8 de fevereiro de 2019. Astray, com curadoria de Sofia Lemos, será apresentado na Galeria Municipal do Porto, com inauguração marcada para 16 de março de 2019, encerrando a 19 de maio de 2019.
Em Prologue, Mesquita define o evento que enforma a narrativa do projeto. O espaço expositivo da Kunsthalle Lissabon, um espaço subterrâneo sem qualquer luz natural, é completamente transformado dum ponto de vista arquitetónico. No centro da exposição o piso de mármore abateu completamente dando lugar a uma enorme cavidade. Algures entre um buraco e uma caverna, o chão colapsado revela um estranho aparato de grandes dimensões, uma máquina ambígua, simultaneamente meio de transporte e tuneladora, que jaz inerte, semi-desenterrada e exposta ao ar e à luz. Parece antiga, enferrujada mas a sua presença é incerta, inconclusiva. Talvez seja ela a causa do abatimento do piso da Kunsthalle Lissabon. No entanto, correlação não significa necessariamente causalidade e os dois eventos talvez não estejam ligados por qualquer relação de causa-efeito. Nada é óbvio. Um olhar mais atento revela que algo mais se encontra presente no interior do chão colapsado: ossadas. Ossos humanos, ossos animais, ossos incertos que parecem ter saído, ou sido projetados do interior, do corpo metálico que ocupa grande parte da cavidade. São restos de corpos, desidratados, fossilizados, de uma qualquer arca de um passado ou futuro distantes.
Cruzando o imaginário da exploração arqueológica com narrativas que se inscrevem no campo da ficção científica, Mesquita cria um ambiente estranho e desconcertante em que o visitante é confrontado com o que aparenta ser um acaso inusitado, um acidente que revela uma história alternativa, a existência de uma outra civilização ou sociedade cujos traços são entrevistos. A que passado pertencem é incerto. Talvez pertençam mesmo ao futuro e não ao passado. Talvez nem a um nem a outro. Talvez os ossos, em contacto com água se re-hidratem e reformem os seres de que em tempos formaram parte. Não sabemos. Talvez seja necessário mais tempo.
Uma publicação bilingue que partilha a investigação da artista em torno da fabulação especulativa que enforma as exposições individuais na Kunsthalle Lissabon e na Galeria Municipal do Porto será publicada posteriormente.
Caroline Mesquita (1989, Brest, França) vive e trabalha em Marselha, França. Concluiu os seus estudos em 2013 na Ecole Nationale des Beaux-Arts, em Paris, tendo posteriormente estudado na The Mountain School of Art, em Los Angeles. Uma seleção das suas exposições individuais inclui Night Engines, 19ème Prix de la Fondation d’entreprise Ricard, Centre Pompidou, Paris (2018); The Machine Room, Parcours Art Basel (2018); Night Engines, T293, Roma (2017); The Visitors, SALTS, Basileia (2017), The Ballad, Fondation Ricard, Paris (2017); Pink everywhere, Kunstverein Langenhagen, Alemanha; Cream Sacr/f/ce, Jupiter Artland, Edinburgo, Escócia (2016); Camping, Union Pacific, Londres (2015); Les Bains-Douches, Les Bains-Douches, Alengon, França (2014); e Tube, 1m3, Lausanne, Suiça (2013). Participou em inúmeras exposições coletivas, destacando-se GRAND OPENING (Summer Rhapsody), KURA., Fonderia Artistica Battaglia, Milão (2018); Loopstar, Mother Culture, Los Angeles (2018); Voici des Fleurs, La Loge, Bruxelas (2018); COOL MEMORIES, Occidental Temporary, Villejuif (2016); Europe, Europe, Astrup Fearnley Museet, Oslo, Noruega (2014); The Space Between Us, Fahrenheit, Los Angeles (2014); Memory Palaces, Carlier-Gebauer, Berlim (2014); La Vie Matärielie, 156me Prix Fondation d’entreprise Ricard, Paris (2013); e Rob Pruitt’s Flea Market, Monnaie de Paris, Paris (2012). Foi a vencedora, em 2017, da 19ª edição do Prix Fondation d'entreprise Ricard.
A Kunsthalle Lissabon é generosamente apoiada pela República Portuguesa – Direção Geral das Artes, Coleção Maria e Armando Cabral e por Teixeira de Freitas, Rodrigues e Associados. A exposição Astray (Prologue) conta com o apoio adicional do Pólo Cultural Gaivotas-Boavista /CML e da Galeria Municipal do Porto – Câmara Municipal do Porto.
Actualidad, 23 ene de 2019
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