Descripción de la Exposición
Após a morte de Antonio Canova em 1822 e o encerramento do seu estúdio romano, cerca de 186 gessos foram transportados para Possagno, a vila natal do escultor. A Gipsoteca Canoviana abriria ao público em 1844 e Stefano Serafin foi nomeado seu conservador a partir de 1891. O acervo dos gessos Canovianos seria brutalmente danificado por uma série de granadas de mão, quando em 1917 a cordilheira dos Alpes se transformou numa das frentes de batalha da Primeira Guerra Mundial. Foi precisamente há cem anos, que o conservador da Gipsoteca Canova, Stefano Serafin, deu início à documentação fotográfica dos gessos e à sua reconstrução.
Depois de ter sido parcialmente comissariada para o Centro Internacional de Artes José de Guimarães em 2017, esta exposição chega agora à Galeria da Avenida da Índia, através das Galerias Municipais/ EGEAC, com um núcleo de 70 novas fotografias, encontradas recentemente em Possagno e agora mostradas pela primeira vez ao público.
Nas palavras da curadora, estas fotografias “representam o limite da destruição a que as obras de arte estão sujeitas. Elas já não representam as esculturas de António Canova. A reconstrução das obras por Stefano Serafin, o conservador da Gipsoteca desde 1891, levou à assunção destes objetos não como artefactos únicos, mas antes enquanto objetos sujeitos a transformações. Invocando as várias fases do processo criativo de Canova que originaram os diversos artefactos em gesso existentes na Gipsoteca de Possagno (Veneto), Serafin reconstruiu a maior parte dos gessos (incluindo calcos e modelos) a partir das correspondentes esculturas em mármore. Ao fazer moldes das obras de mármore para recuperar os gessos, o conservador reverteu a hierarquia de alguns destes objetos, uma vez que transformou alguns dos modelos originais, em cópias. Contudo, estas inversões permitem chamar a atenção para a complexidade dos processos reprodutivos utilizados por Antonio Canova, e que se mantêm omissos na moderna perceção dos objetos de arte enquanto objetos únicos e originais. Os restauros de Serafin ajudaram a recuperar o domínio da tradição da escultura, anunciadamente perdido no acesso às obras de arte através de reproduções fotográficas. Desconsiderada como reprodução “não-interpretativa”, a fotografia de obras de arte, tal como os calcos de gesso de obras tridimensionais foram ironicamente apropriados pela História da Arte e pelos museus de cópias, precisamente por se tratarem de meios transparentes (“self-effacing”); foi a suposta inexistência de condição visual e até material que permitiu aos objetos reprodutivos serem utilizados como “genuínos”.
Exposición. 13 dic de 2024 - 04 may de 2025 / CAAC - Centro Andaluz de Arte Contemporáneo / Sevilla, España
Formación. 01 oct de 2024 - 04 abr de 2025 / PHotoEspaña / Madrid, España