Descripción de la Exposición
Uma corda com 20 metros de comprimento, 30 centímetros de diâmetro e 120 kg de massa fica suspensa no salão principal da Zipper. Ambas as extremidades se desmembram gradualmente da trama principal até que suas espessuras mínimas se agarrem às paredes do espaço expositivo, sustentando a instalação. Em remissão aos eixos cartesianos, três linhas riscadas na parede da galeria inserem o trabalho no planos do espaço mapeado e terreno do controle. Assim a artista Janaina Mello Landini projeta sua terceira individual na Zipper, aberta a partir do dia 9 de março. Com curadoria de Taisa Palhares, a exposição “Aqui, agora.” apresenta site-specific e trabalhos em tela da série Ciclotrama.
Ciclotrama é um neologismo da artista para designar a pesquisa que desenvolve desde 2010. A partir de um desenho espacial, ela experimenta tensão a física entre os fios e a distribuição das cargas recebidas para tocar em temas como interconectividade e interdependência. A passagem e a fixação do tempo é outro interesse de Janaina, que busca impregnar no trabalho as longas horas dedicadas aos atos de tramar e desmembrar, estabelecendo uma relação com a prática artesanal. “Conceitualmente, uma Ciclotrama é uma seção de um ciclo contínuo e binário, uma estrutura esquemática com característica hierárquica, composta de partes interdependentes. Como ato, é uma longa ação de dividir o todo e suas partes, até que sua unidade mínima fique aparente e sustente todo o sistema como um conjunto”, pontua a artista.
Sua produção transita entre diferentes escalas – do espaço público aos objetos. O andar superior da galeria ficou reservado aos trabalhos em tela da artista. Nestes, Janaina tomou como ponto de partida linhas imaginárias (paralelos e meridianos) de projeções cartográficas planisféricas, cilíndricas e cônicas. Desconsiderado os territórios que originalmente ocupavam as representações, a artista cria ocupações neste espaço imaginado com cordas que se prendem às telas e se desenrolam pelo espaço expositivo. “A Ciclotrama é um ato imprevisível e intuitivo. Como metáfora, ele representa o fluxo e acaba por determinar uma zona. A ideia nesta série de trabalhos é criar ilhas e regiões em uma relação entre a corda e o espaço cartográfico”, afirma a artista.
Actualidad, 07 mar de 2019
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