O fotógrafo Roberto Burura abre sua exposição individual, 'Água e Luz', dia 28 de maio em São Paulo. A evento acontece no Café do MuBE - Museu Brasileiro da Escultura. A curadoria é do crítico e doutor em artes da ECA-USP, Naum Simão de Santana, coautor dos livros Sergio Millet 100 anos e Arte Brasileira do Século XX.
Com forte apelo gráfico e utilizando-se da composição para criar imagens onde o limite entre o real e o inventado se misturam, o artista transita entre a observação, a poesia e a criação através das situações que retrata. Um dos elementos constantes em seu trabalho são os Reflexos que, em seus recortes, trazem o espectador para dentro de um jogo, onde o ver gera um outro reflexo, a reflexão. Nas palavras do Curador Naum Simão de Santana, nas fotografias desta exposição 'Roberto Burura se foca
... no que é volátil e no que se propaga, ou seja, na qualidade daquilo que não mantém forma fixa. A água, volátil e reflexiva. A luz, vibrante e invasiva'.
A exposição ficará em cartaz por dois meses na capital paulista e faz parte do Projeto do Museu Brasileiro de Escultura intitulado 'Curadoria no Café', que tem como objetivo aproximar curadores e artistas e ativar culturalmente o espaço, transformando-o em um laboratório de projetos curatoriais que transmitam as urgências poéticas da produção artística atual. A coordenação do projeto é do artista plástico, produtor cultural e educador do Museu, Murilo Kammer.
Texto Curatorial
O exercício de compor é um modo de observar mais atentamente o que é dado. Nas fotografias apresentadas, Roberto Burura se foca no que é volátil e no que se propaga, ou seja, na qualidade daquilo que não mantém forma fixa.
A água, volátil e reflexiva. A luz, vibrante e invasiva.
'Fluxo' e 'Além Deus' compõe o movimento suave da substância, que escorre por si mesmo para não manter a aparência. Ao mesmo tempo recebe gratuitamente a presença invasiva da luz que, desprovida de forma, se adéqua à superfície inconstante da liquidez. Em 'Vão', é a água que parece invadir a superfície luminosa por meio do reflexo em um terceiro elemento: água e luz se confundem. E, por fim, em 'Parque', os dois elementos se separam e a luz das fontes elétricas disputa um lugar de destaque ao lado da aurora.
O exercício de compor se fez... pelos movimentos daquilo que é volátil, que reflete, que desliza pela lente borrando o congelamento.
Naum Simão de Santana
Curador
Entrada actualizada el el 26 may de 2016
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