'Nos últimos anos vi crescer o meu desejo de identificação com os homens da minha geração que há muito tempo embarcaram para Angola, Guiné e Moçambique, escondidos atrás de um camuflado e uma G3. Sei que não fui um deles. Tive a fortuna de estar no último ano do curso de arquitetura quando o 25 de Abril pôs termo ao pesadelo que me ensombrou a adolescência, e já não experimentei a guerra ao vivo e em direto. Mas vivi-a intensamente, numa antecipação obsessiva que durou toda a juventude'.
Manuel Botelho
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'Nesta exposição encontramo-nos maioritariamente perante a série Aerograma, num trabalho que amplia, transforma e desenvolve esse antigo suporte de mensagens, gratuito para as Forças Armadas Portuguesas em tempo de guerra colonial [...]. Convergem
... nestes desenhos a escrita, sobretudo a escrita alheia, e uma iconografia onde citação e invenção se defrontam, criando a imagem de uma solidão, tudo isto para tratar graficamente um tema ainda parcialmente ignoto fora da evocação literária ou memorialística. [...] Estes desenhos são, em maior ou menor grau, uma interacção texto imagem, onde o texto caligrafado cita quase sempre cartas de soldados para casa, anónimos uns, outros bem conhecidos [...]. A palavra transcrita é, neste caso, o documento bruto, enquanto o desenho, dá uma óbvia continuidade ao anterior desenho figurativo de Manuel Botelho [...]'.
José Luís Porfírio
Entrada actualizada el el 26 may de 2016
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