Descripción de la Exposición
A Nara Roesler São Paulo tem o prazer de apresentar “Abraham Palatnik – Outros Ritmos”, individual do artista com curadoria de Agnaldo Farias, que reúne uma seleção de trabalhos nunca antes apresentados, criados em diferentes momentos de sua trajetória. Abraham Palatnik é uma figura central da arte cinética e óptica no Brasil. Seu interesse pelas possibilidades criativas das máquinas e a relação entre arte e tecnologia contribuiu para que desenvolvesse investigações focadas na experimentação com o movimento e a luz através de diferentes técnicas e materiais, realizando proposições baseadas no fenômeno visual que tornaram seu trabalho conhecido ao longo de sete décadas de produção.
Vários dos trabalhos presentes em “Abraham Palatnik – Outros Ritmos” serão apresentados pela primeira vez ao público. “Abraham Palatnik acabou não mostrando esses trabalhos em vida por acreditar que os mesmos não compunham com seu corpo de trabalho. Trazê-los agora é mostrar outras facetas de sua poética, outros ritmos, oferecendo assim novas possibilidades de olhar e perceber seu trabalho”, pontua Farias.
Um dos destaques da mostra é um par de relevos do início da década de 1960 executados sobre madeira, um desdobramento menos conhecido de seus Relevos Progressivos, mas que dialoga com um momento decisivo de sua trajetória, que foi a sua participação nos ateliês e oficinas de pintura realizados no Hospital Psiquiátrico Dom Pedro II, coordenados pela Doutora Nise da Silveira, médica psiquiatra responsável por defender o uso da arte para a manutenção da saúde mental. Nessas oficinas, Palatnik tomou contato com a produção pictórica de artistas esquizofrênicos internos do local e, fascinado com sua liberdade criativa, deu um novo rumo à sua produção. “Foi um impacto que demoliu minhas ideias e convicções em relação à arte. [...] A partir daí, desencadeei pesquisas e experiências no campo da luz e do movimento, visando resultados estéticos fora dos padrões usuais e das técnicas consagradas” [1], disse o artista em depoimento em 2001.
Outros trabalhos inéditos presentes na exposição são as pinturas que executou sobre vidro com tinta sintética nas décadas de 1950 e 1960, exemplares do uso experimental de materiais diversos pelo artista. O vidro não apenas acentua o aspecto luminoso e por vezes maquínico dessas composições, como também foi importante para as criações do artista no campo do design, em especial no mobiliário, exemplificando como suas pesquisas visuais podem dialogar com outras formas de criação artística.
Como grande parte da produção de Palatnik tem o espectador e sua percepção como aspectos centrais, a mostra reúne também alguns trabalhos que tratam justamente desta relação, como é o caso de Lúdico L-5 (2006) em que o espectador é convidado a intervir em uma espécie de jogo, criando novas combinações e disposições das peças.
Também está presente um singular conjunto de trabalhos, datado de meados da década de 1990, no qual emprega formas regulares nas composições, em que diferentes tonalidades de uma mesma cor ou de uma sequência de cores. acentuam o caráter cinético das obras.
“Abraham Palatnik – Outros Ritmos” busca ampliar a percepção sobre a poética do artista, apresentando desdobramentos pouco conhecidos de sua trajetória, que permitem ao público ter uma visão mais ampla e completa de sua carreira artística singular.
Abraham Palatnik
Abraham Palatnik (n. 1928, Natal, Brasil - m. 2020, Rio de Janeiro, Brasil) é figura central da arte cinética e óptica no Brasil. Seu interesse pelas possibilidades criativas das máquinas evoca a relação entre arte e tecnologia. O artista formou-se em engenharia, o que contribuiu para que desenvolvesse investigações técnicas focadas na experimentação com o movimento e a luz, realizando proposições baseadas no fenômeno visual que tornaram seu trabalho conhecido ao longo de sete décadas de produção. Destacou-se no cenário artístico a partir da criação de seu primeiro Aparelho Cinecromático (1949), peça em que reinventa a prática da pintura por meio do movimento coreografado de lâmpadas de diferentes voltagens em distintas velocidades e direções que criam imagens caleidoscópicas. Exibida na 1ª Bienal de São Paulo (1951), essa instalação de luz recebeu Menção Honrosa do júri internacional por sua originalidade.
As séries de progressões e relevos que iniciou posteriormente, feitas em materiais diversos (como madeira, cartão duplex ou acrílico), apresentam efeitos ópticos e cinéticos criados a partir de um meticuloso processo manual. O resultado são composições abstratas marcadas por um padrão rítmico que remete ao movimento de ondas irregulares. Embora a série W tenha incorporado o corte a laser feito por uma empresa especializada, Palatnik continuou construindo e pintando artesanalmente cada peça até o fim de sua vida, a fim de compor os quadros finais.
Abraham Palatnik participou de diversas exposições no Brasil e no exterior, incluindo oito edições da Bienal de São Paulo, Brasil (1951-1969), e a 32ª La Biennale di Venezia, Itália (1964). Seu trabalho foi tema de diversas mostras individuais, destacando-se: Abraham Palatnik: O sismógrafo da cor, na Nara Roesler (2022), em Nova York, Estados Unidos; Abraham Palatnik - A Reinvenção da Pintura, com itinerância por importantes instituições no Brasil como: Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-BH) (2021), Belo Horizonte; Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-RJ) (2017), Rio de Janeiro; Fundação Iberê Camargo (FIC) (2015), Porto Alegre; Museu Oscar Niemeyer (MON) (2014), Curitiba; Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP) (2014), São Paulo; e Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-DF) (2013), Brasília. Principais coletivas incluem: Sur moderno: Journeys of Abstraction – The Patricia Phelps de Cisneros Gift, no Museum of Modern Art (MoMA) (2019), em Nova York, Estados Unidos; The Other Trans-Atlantic: Kinetic & Op Art in Central & Eastern Europe and Latin America 1950s - 1970s, no Sesc Pinheiros (2018), em São Paulo, Brasil, no Garage Museum of Contemporary Art (2018), em Moscou, Rússia, e no Museum of Modern Art in Warsaw (2017), em Varsóvia, Polônia; Delirious: Art at the Limits of Reason, 1950 - 1980, no Metropolitan Museum of Art (2018), em Nova York, Estados Unidos; e Kinesthesia: Latin American Kinetic Art 1954-1969, no Palm Springs Art Museum (PSAM) (2017), em Palm Springs, Estados Unidos. Possui obras em importantes coleções institucionais como: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-Rio), Rio de Janeiro, Brasil; Royal Museums of Fine Arts of Belgium, Bruxelas, Bélgica; Museum of Fine Arts Houston (MFAH), Houston, Estados Unidos; William Keiser Museum, Krefeld, Alemanha; e Museum of Modern Art (MoMA), Nova York, Estados Unidos.
Nara Roesler
Nara Roesler é uma das principais galerias brasileiras de arte contemporânea, representando artistas brasileiros e internacionais fundamentais que iniciaram suas carreiras na década de 1950, bem como artistas consolidados e emergentes cujas produções dialogam com as correntes apresentadas por essas figuras históricas. Fundada por Nara Roesler em 1989, a galeria tem consistentemente fomentado a prática curatorial, sem deixar de lado a mais elevada qualidade da produção artística apresentada. Isso tem sido ativamente colocado em prática por meio de um programa de exposições criterioso, criado em estreita colaboração com seus artistas; a implantação e estímulo do Roesler Curatorial Project, plataforma de iniciativas curatoriais; assim como o contínuo apoio aos artistas em mostras para além dos espaços da galeria, trabalhando com instituições e curadores. Em 2012, a galeria ampliou sua sede em São Paulo; em 2014 expandiu para o Rio de Janeiro e, em 2015, inaugurou um espaço em Nova York, dando continuidade à sua missão de oferecer a melhor plataforma para seus artistas apresentarem seus trabalhos.
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[1] Depoimento publicado na revista Quaternio de 2001 - Grupo de Estudos C. G. Jung / Homenagem à Nise da Silveira.
Exposición. 17 dic de 2024 - 16 mar de 2025 / Museo Picasso Málaga / Málaga, España
Formación. 01 oct de 2024 - 04 abr de 2025 / PHotoEspaña / Madrid, España