Centrada num acervo privado de positivos estereoscópicos da 1ª Guerra Mundial (nunca antes mostrado), a exposição pretende mostrar esta coleção, tornando-a parte da esfera pública, e assim permitir incrementar o conhecimento deste período da nossa história. Trazida para Portugal por José de Sousa Guimarães, Capitão-médico do Corpo Expedicionário Português (para o qual se voluntariou, tendo sido promovido a Major de 1ª classe em 1918) estas imagens concentram a potencia de toda a história de uma sociedade; a Grande Guerra em todo o seu horror, mas também a técnica que permitiu documentá-la e espetacularizá-la, os veículos de difusão das imagens que as tornaram mercadoria e memória coletiva, e a história do homem que as fez chegar até nós.
No momento em que passam cem anos da 1ª Guerra Mundial importa voltar a olhar a nossa história, nomeadamente o período 1914-18. Normalmente este alocar da nossa atenção a uma época distante implica que...o tempo que passou alterou a percepção, introduzindo uma distância histórica que permite uma análise diferente, que possibilita extrair novas interpretações e leituras de velhos documentos.
Neste processo de re-historização não haverá contributo mais importante que o surgimento de novos documentos. Tornar visíveis testemunhos, objetos, imagens que antes permaneciam ocultos da esfera pública, torna-se tarefa essencial que permite a construção de um entendimento mais profundo do nosso passado, e por inerência, do nosso presente e da projeção do nosso futuro. Estas fotografias estéreo, na sua materialidade que dá forma a um visível, e exibidas neste momento incerto da história da Europa, adquirem essa capacidade de pivot entre um passado e um futuro.
Entrada actualizada el el 06 ene de 2016
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