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A primeira exposição de Liliana Porter na Baginski, Galeria / Projectos representa também primeira vez que o trabalho da artista, com uma carreira de mais de quarenta anos, é apresentado em Portugal. Trata-se de produção recente da autora, entre instalação, fotografia e gravura, e que recorre ao seu imaginário particular, resultado da apropriação de elementos da chamada baixa-cultura, de produção massificada, e constante subversão de convenções, seja dos cânones disciplinares ou das coordenadas que regulam experiência humana no Mundo.

Liliana Porter convoca um conjunto heterogéneo de imagens e artefactos, como brinquedos, miniaturas, objectos vintage e kitsch, reproduções de obras de arte, representações de personagens religiosos, históricos, políticos ou ainda ligados ao universo cartoon, entre outros, explorando os contextos ideológicos evocados ou a sua literalidade auto-referencial. Este elenco de personagens surge de ... duas formas: sós, executando tarefas desproporcionais face à escala das figuras; ou em diálogo comum homólogo de espécie diversa, enfatizando as dissemelhanças entre os dois interlocutores. Em ambos os casos, o silêncio quanto ao significado das situações remete para o espectador o papel de intérprete, seja do propósito da tarefa ou da tradução do conteúdo do diálogo.

Em alguns trabalhos a sucessão linear do tempo é ainda objecto de desvio e activa desconstrução. O cruzamento de diferentes temporalidades na mesma imagem concretizam situações de cronologia ambígua, onde o Tempo é modelado e reordenado, de forma a permitir constantes migrações entre o presente físico, experimentado pelo espectador, e analepses/prolepses promovidas o registo fotográfico. A própria subversão da integridade disciplinar do medium artístico, desafiando o carácter reprodutível da gravura, ou jogando a expectativa de objectividade documental da fotografia, propiciam a criação de momentos de conflito entre espaço virtual e físico, entre representação, ilusão e realidade.

Liliana Porter nasceu na Argentina em 1941, vivendo e trabalhando em Nova Iorque, EUA, desde 1964.

Com uma carreira que se estende por mais de quarenta anos, Liliana Porter desenvolve o seu trabalho através de um vasto espectro de recursos, desde práticas conceptualmente comprometidas, a instalação, gravura, colagem sobre tela e papel, fotografia, vídeo, e projectos de arte pública, entre outros suportes de natureza híbrida.

Obras Recentes é a primeira exposição individual de Liliana Porter na Baginski, Galeria / Projectos, assim como a primeira vez que o seu trabalho é apresentado em Portugal.

A sua obra tem sido apresentada internacionalmente e está representada em várias colecções públicas e privadas, entre elas: Colecção TATE Modern (Londres, Reino Unido), Museu de Arte Moderna (Nova Iorque, EUA), Museu Whitney de Arte Americana (Nova Iorque, EUA), Museu Nacional de Belas Artes (Buenos Aires, Argentina), Museu de Belas Artes (Caracas, Venezuela), Museu de Arte de Filadélfia, Biblioteca Nacional (Paris, França), Biblioteca Pública de Nova Iorque (EUA), Museu de Arte Moderna (Buenos Aires, Argentina), Museu de Belas Artes (Santiago, Chile), Museu de Arte Moderna (Bogotá, Columbia), Museu Blanton (Austin, EUA), Museu del Barrio (Nova Iorque, EUA), Metropolitan Museum (Nova Iorque, EUA), Smithsonian American Art Museum (Washington DC, EUA), Museu de Arte de Bronx (Nova Iorque, EUA), Museu Tamayo (Cidade do México, México), Museu Nacional Cento de Arte Reina Sofia (Madrid, Espanha), Colecção Daros (Zurique, Suiça), Museu de Arte Latino Americana de Buenos Aires (Argentina), Museu de Brooklyn (Nova Iorque), Museu de Belas Artes de Houston (Texas, EUA).