Descripción de la Exposición 'A exposição que aqui se apresenta constitui um raro momento histórico: revela-nos desconhecidos momentos de trabalho do artista (obras projectadas desde meados de 1960 a meados da década seguinte e até hoje nunca concretizadas. (...) A meia centena de desenhos datados de 1969 a 1974 (com algumas incursões posteriores até 2005), ilustram a persistência dos temas e, mais significativamente ainda, a transferência e/ou sobreposição entre aquilo que são os esboços e projectos, as obras bidimensionais autónomas e, finalmente, as esculturas concretizadas. O que podemos considerar de maior importância nesta exposição é a alteração de dados factuais que proporciona à historiografia nacional. Com uma isolada experiência de recuperação de um dos seus projectos escultóricos (Anos 60 - Década de Ruptura, Palácio Galveias, Lisboa, sob comissariado de António Rodrigues) Manuel Baptista junta-se agora a artistas que, como Ângelo de Sousa (em 2006, em Lisboa, no CAM e na Cordoaria Nacional, sob comissariado de Nuno Faria) ou Jorge Pinheiro (no CAM, em 2001, e, no Porto, em 2010, na Galeria Fernando Santos), realizaram ou revelaram um impressionante conjunto de objectos escultóricos das décadas de 1960 e 1970 em Portugal. Pelos seus temas, materiais e escala as obras de Manuel Baptista aproximam-no do discurso ocidental do seu tempo. Estamos perante uma situação conceptual nova que deve ser historicamente considerada. Provam-no o desejo de experimentação de materiais que os seus projectos revelam, a negação dos materiais nobres, a opção pelos materiais industriais (néons, alumínios, contraplacados, plexiglass, fibra de vidro...), o desejo de simplificação dos contornos e volumes, a associação entre linha e volume, cor não ilustrativa e forma não naturalista, a assumpção das obras escultóricas como não-monumentos. Ou, bastaria o simples desejo de alteração de escala de todos os objectos representados, a redução do que é gigante (por exemplo, as falésias) e o agigantamento do que é naturalmente pequeno ou manuseável (por exemplo as camisas), para provar como radicalmente inovadora a afirmação destes trabalhos no seu tempo histórico. Porém, o quotidiano evocado é intimista e culto: a moderação das cores e sua organização tonal e ainda as referências paralelas ao natural e ao artesanal travam uma associação fácil à Pop Art. Devemos pensar que a sua abordagem parte de um olhar tocado pela poética crítica da Arte Povera e do Nouveau Réalisme; e ainda pelo modo como recebeu e entendeu a particular situação política, social e tecnológica portuguesa de onde partia e onde regressou. A obra que agora apresenta recupera para o plano da actualidade um tempo passado; poderá ser hoje entendida, absorvida ou tornada produtiva se vista como uma 'sobre- escultura', trabalho de reflexão e prática sobre uma disciplina, deslocação de alguns significados básicos da representação do real (as escalas excessivas), instalação de uma estranheza, mesmo no reconhecível (a mesa que se prolonga no espaço, por exemplo). Devemos procurar percebê-la entendê-la no actual contexto plural e em deriva: as esculturas de Manuel Baptista serão capazes, assim, de recuperar a ambição eufórica, o humor feliz e a genuína alegria que determinou a sua concepção.'
Exposición. 14 nov de 2024 - 08 dic de 2024 / Centro de Creación Contemporánea de Andalucía (C3A) / Córdoba, España
Formación. 23 nov de 2024 - 29 nov de 2024 / Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (MNCARS) / Madrid, España