Descripción de la Exposición
A mostra contará com cerca de 35 gravuras de Lasar Segall, que estiveram entre aquelas confiscadas de museus públicos alemães, na ação dos nazistas contra o que denominavam de “arte degenerada”, ou seja, obras de vanguarda e moderna consideradas como produtos de indivíduos doentios ou ideologicamente nefastos. Destaque à tela Eternos Caminhantes (1919), sobrevivente dos percalços a que muitas obras de vanguarda foram submetidas. Será apresentada, também, a documentação de duas obras do artista que foram destruídas.
A exposição Arte Degenerada (Munique-1937) teve desdobramentos concretos no Brasil, embora esse fato ainda seja pouco conhecido. A fim de contribuir para uma reflexão crítica sobre esse fenômeno, com embasamento histórico, a mostra atual dedicará uma seção à exposição Arte condenada pelo Terceiro Reich, organizada por Miécio Askanazy, em 1945, judeu polonês que se refugiou no Rio de Janeiro, e fundou ali uma das primeiras galerias de arte moderna do Brasil. Entre seus colaboradores estava Lasar Segall, representado por duas pinturas: Sonho, 1941, óleo sobre tela, 40,5 x 31 cm; e Mãe cabocla, 1944, óleo sobre tela, 47,5 x 35,5 cm, ambas estarão presentes na atual mostra.
Para compreender o contexto do empreendimento de Askanazy, bem como o ataque aos artistas modernos, serão incluídas na mostra imagens produzidas pelo refugiado austríaco, Kurt Klagsbrunn, que registrou as manifestações antifascistas, realizadas no Rio de Janeiro, enquanto fotógrafo oficial da União Nacional dos Estudantes (UNE), além de documentos, matérias e charges veiculadas na imprensa no período.
Diante dos episódios recentes de censura à arte e intolerância à diversidade, esse projeto ganha uma inesperada atualidade e marca o posicionamento das duas instituições em prol da liberdade de pensamento e expressão.